terça-feira, 31 de agosto de 2010

“Como tudo começou”

Por Dalva Castro

O meu ingresso (consciente) na pesquisa “Ecologia a Mente” do programa PACEM começou com uma única afirmativa do prof. Dr. Raffaele Infante:


- “Os Arquitetos são responsáveis pela “segunda pele” do Ser Humano.”

Bem, eu pensei ... – Arquiteta eu sou, mas não gosto de “pele; sangue; ver pessoas sentirem dor e sofrerem. Eu gosto de cimento; pedra; terra; tijolo; sentir o cheiro da mistura do concreto;...enfim, gosto de projetar; estudar e ver executar os espaços.

Essa conversa teve início por se aproximar o 3° INFORUN (1995) que seria apresentado em Sheffied- Inglaterra, e o prof.Dr. Raffaele achava importante que todos que estavam com projetos de pesquisa em desenvolvimento fosse apresenta-lo. Eu havia escrito e posto em prática o projeto NEDEART – Novo Ensino Dirigido Esporte e Arte desde 1990/91 e no momento havia dois grupos de 20 crianças em cada, entre 6 e 12 anos em dois turnos

. Eu me recusava de participar: - 1° porque o grupo que estava indo eram todos da área da saúde e 2° que não me sentia a vontade, como arquiteta, apresentar uma pesquisa na área de Educação, apesar de ter também, graduação no magistério.

Os dias passavam a cobrança aumentava e a afirmativa não saia de minha cabeça, ainda como um enigma.

Resolvi participar com uma condição:- que ele me decifrasse aquela afirmativa que para mim era um enigma.

Muito simples - ele disse. – É a Casa.

Embarquei com o grupo e apresentei o NEDEART. Observei que havia outros profissionais sem ser da área da saúde e entendi que, o que os ligavam era a linha de pesquisa “Ecologia da Mente”.

Nos dias que passei na Europa, ouvi falar do “Feng Shui”, achei o nome interessante e tive curiosidade de saber do que se tratava. A resposta que obtive é que era um estudo feito pelos Arquitetos e que deixava a Casa mais harmoniosa, mais equilibrada para as pessoas habitarem

Uma voz gritou dentro de mim-“Eureka”, eu precisava descobrir melhor o que era Feng Shui, porque com certeza eram essas informações que me ligavam como Arquiteta a “Ecologia da Mente”e consequentemente ao PACEM .

De volta ao Brasil, logo depois o prof. Dr Raffaele, apareceu com uma suposta Hepatite e sempre com uma cobrança : para que eu fizesse o Mestrado uma vez que já possuía um projeto pronto. O tempo foi passando a doença dele se agravando e eu não conseguia descobrir o que era o “Feng Shui”. Resolvi então, fazer uma pós-graduação em Docência Superior só para escrever uma monografia levando em conta o Projeto NEDEART.

Quando descobri, mergulhei nos estudos do “Feng Shui”. O professor já estava desenganado, vindo a falecer em maio de 1998. Nesse mesmo ano já estava programado para outubro, o 4° INFORUN, que acontecia de três em três anos, e Cuba foi o país escolhido no INFORUN anterior, para sediar o evento. Nós do PACEM, com a ajuda do Decano do CFCH, prof. Dr. Carlos Alberto Messeder, fomos apresentar o resultado dos Projetos do programa PACEM.

Com o falecimento do prof. Dr. Raffaele Infante e estando o PACEM instalado na decania do CFCH, o prof. Carlos Alberto Messeder e a Superintendente profa. Iza Labelle, convidaram dois professores Doutores, um da Comunicação e outro da Psiquiatria, isso porque o prof. Raffaele lançava mão do teatro para tratar os “clientes” ( a Psicodramaturgia) tinha portanto as duas formações, para assumirem a Coordenação Acadêmica do PACEM e eu fiquei como Coordenadora Executiva.

Foi possível, desta forma, dar continuidade as pesquisas na linha da Ecologia da Mente, e eu que acabava de me encontrar como Arquiteta, no PACEM, tratei rapidamente de montar um curso juntamente com outra arquiteta que já estava mais inteirada do assunto ( Feng Shui), não só para eu própria obter mais conhecimento nessa área que me fascinou e me fascina, como também , dar oportunidade a outras pessoas receberem essas informações nova para o mundo Ocidental, em um espaço universitário já que um dos pilares da UFRJ é a Pesquisa/Extensão.

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